quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O caso Eloá e os excessos da mídia


Pouco mais de três anos após a morte da jovem Eloá, o caso foi a julgamento e, além do assassino Lindemberg Fernandes, a imprensa também esteve no banco dos réus.
A estratégia de defesa do rapaz foi dividir a culpa com a polícia e com a mídia, que durante os 5 dias do cativeiro, dedicou uma ampla cobertura ao caso.
O argumento da defesa era que a imprensa, ao dar notoriedade ao sequestrador, ajudou a prolongar o episódio. No apartamento, ele tinha acesso às notícias.
Das 14 testemunhas convocadas pela advogada de Lindemberg, 6 eram jornalistas. Imagens veiculadas em programas de TV sobre o caso foram exibidas para os juízes.
O julgamento reabriu uma ferida que tinha sido exposta na época do sequestro. Depois da morte da jovem, muito se discutiu sobre a cobertura da mídia e seus excessos, como entrevistas com o sequestrador, ao vivo.
O Observatório não poderia deixar de debater a linha de defesa de Lindemberg e analisar a postura de nossa imprensa.
Houve sensacionalismo ou só jornalismo? Até que ponto a ação da mídia pode ter influenciado no desfecho do caso? Como determinar limites? Essas situações podem fazer com que nossa imprensa mude sua postura em casos futuros ou a espetacularização da violência prevalecerá sobre o bom senso?
Também discutiremos um ponto importante que vem sendo debatido na comissão especial de reforma do Código Penal no Senado e que tem a ver com grandes coberturas de crimes como a do caso Eloá. A proposta é de que condenados que tenham sofrido “violação dos direitos do nome e da imagem pelo abuso degradante dos meios de comunicação social” possam ter uma redução de até um sexto da pena.

Nenhum comentário:

Postar um comentário