O tema do Observatório da Imprensa da próxima terça-feira, dia 17/04, já está definido. Abordaremos a modalidade que mais cresce no Brasil, o MMA, e como a imprensa tem tratado do assunto. Já temos dois convidados certos: os jornalistas Roberto Assaf, do Lance!, e Felipe Awi, do SporTV, que escreveu recentemente um livro sobre o tema chamado "Filho teu não foge à luta" (foto). Confira abaixo o texto da pauta do programa:
"A contar com o que se observa na mídia e nas redes sociais nos últimos tempos o Brasil não é mais o país do futebol, nem do voleibol, nem do tênis... Somos o país dos gladiadores do octógono. As lutas do UFC ou MMA já existem há um bom tempo e os lutadores brasileiros sempre tiveram destaque, mas de alguns meses para cá, o assunto ganhou uma dimensão nunca vista e é esse o novo tema de discussão do Observatório da Imprensa. O que levou a essa massificação? O que mais importa, a luta na arena ou a briga por pontos do IBOPE? As cenas violentas podem ser exibidas em qualquer horário e até mesmo em telenovelas? E o reality show com lutadores faz parte de uma estratégia maior ou é apenas mais uma atração esportiva? Estes e muitos outros questionamentos sobre o tema estarão em debate na edição do próximo dia 17 de abril."
Livro de Felipe Awi sobre MMA |
“Em razão da crescente preocupação por parte do público, foi realizado, em 1994, um estudo de campo focalizado nos efeitos dos programas da Federação Mundial de Luta-Livre (WWF [World Wrestling Federation]) sobre as crianças israelenses. Os resultados sugerem que, entre 1993-94, as lutas da WWF eram um fenômeno nítido e perturbador em muitas escolas primárias israelenses. A violência que acompanhava as lutas da WWF era peculiar, e nitidamente distinguível das demais formas de violência escolar. [...] Os entrevistados (crianças e diretores de escolas primárias) compartilhavam a opinião de que o fenômeno fazia aumentar a violência escolar e o número de ferimentos, num grau jamais visto e nunca repetido após o declínio dessas lutas. Esse estudo forneceu indícios de que, mesmo em condições sociais favoráveis, comportamentos imitativos de fato acontecem como reações postergadas, até mesmo com crianças mais velhas (neste caso, de 8 a 12 anos), em grau maior do que o verificado em estudos experimentais. Esses dados mostraram também que assistir aos programas da WWF transforma e aumenta os comportamentos violentos principalmente em crianças rotuladas como violentas, mas também em crianças que não apresentavam tendências violentas. Uma possível interpretação de por que isso valeria para algumas crianças não violentas e não para outras surgiu no decorrer de discussões com as crianças, que diziam confundir os aspectos fantasiosos e reais dessas séries. Essa confusão já foi mencionada na literatura especializada, como um fator que pode propiciar os comportamentos imitativos (Lemish, 1998)” (FEILITZEN, Cecília Von. Perspectivas sobre a criança e a mídia. Brasília: UNESCO, SEDH/Ministério da Justiça, 2002).
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